Em meio aos focos de gripe aviária na América do Sul, o Paraná, maior produtor de frangos do país, intensifica as ações sanitárias de prevenção e controle dos plantéis. Entre as medidas, o governo do estado pretende solicitar ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) tornar o estado ou a região Sul uma unidade autônoma, como ocorreu com a peste suína clássica quando foi reconhecido como área autônoma e como zona livre da doença.
“Estamos crescendo, abrindo novos mercados, fortalecendo posições e, portanto, precisamos evoluir até mesmo para uma decisão técnica política com Executivo de constituir ou o Paraná o Sul do país, onde está 70% da avicultura nacional, uma unidade autônoma, isolada do resto do Brasil. Se, por exemplo, o vírus ingressar no Amazonas, derruba o nosso status perante o mundo”, disse o secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, ao Broadcast Agro, durante o Show Rural Coopavel 2023, feira agrícola realizada pela cooperativa Coopavel em Cascavel (PR).
De acordo com o secretário, mesmo que não tenham sido identificados casos da doença no Brasil, a situação requer atenção do governo estadual e dos agentes privados, dada a proximidade do Paraná com países com focos da doença, embora o Brasil siga livre de gripe aviária. “Estamos preocupados porque Estados Unidos, Colômbia, Peru, Equador, Bolívia, Uruguai e Paraguai já identificaram a doença. Isso nos preocupa porque respondemos por 34% da produção, por 40% da exportação da carne de frango e é o segundo produto que mais gera valor no campo paranaense”, pontuou.
Nesta semana, o governo estadual reuniu a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) e o Comitê de Sanidade Avícola para debater o tema.
Norberto Ortigara ressaltou que o estado adota plano de prevenção contra gripe aviária desde 2011, quando os criadores passaram a ser obrigados a possuir tela nos aviários para limitar a entrada de animais externos. Outra ação adotada no momento, segundo o secretário, é o reforço dos inquéritos sorológicos de aves caseiras no Paraná.
O secretário observa que a região do estado, que faz fronteira com o Paraguai, onde já existem focos da doença, é monitorada em parceria com o Ministério da Agricultura por meio do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro).
O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), disse que o estado vai conversar com Santa Catarina e Rio Grande do Sul para formarem um bloco isolado dos demais Estados brasileiros.
Fonte: AGÊNCIA SAFRAS/ Foto: José Fernando Ogura/AEN